Os ecrãs existem em toda a parte, fazem parte do nosso quotidiano, mas cuidado….crianças sedentárias constituem um elevado risco para a sua saúde.
Reduzir o tempo que as crianças passam em frente a ecrãs é uma nova preocupação que no passado não existia, mas que hoje é de todo pertinente. Em primeiro lugar deveremos sempre olhar para o exemplo que nós próprios damos, pois se pretendemos que os nossos filhos se “desliguem” dos ecrãs, deveremos ser nós os primeiros a dar esse exemplo, coisa que nem sempre acontece, e por mim falo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) desaconselha a exposição das crianças até aos dois anos a ecrãs e recomenda que dos dois aos quatro anos seja limitada até uma hora diária . A orientação, a primeira da OMS neste campo, faz parte do relatório “Orientações sobre atividade física, comportamento sedentário e sono para crianças com menos de cinco anos”
Riscos de Saúde para Crianças Sedentárias
Segundo as investigadoras Joana Ferreira, Bárbara Prucha e Odete Pinto (2017) a exposição precoce a ecrãs acarreta directa ou indirectamente os seguintes riscos para a saúde: aumento da obesidade, visão prejudicada, transtorno de sono, dificuldades ao nível do desenvolvimento cognitivo e comportamental da criança.
De um modo geral todos nos apercebemos de que o tempo que as crianças estão sujeitas a ecrãs é exagerado e que deveria ser reduzido, ainda mais porque se trata de um problema novo, nenhum de nós que somos pais de crianças em idade escolar, pode verificar os efeitos deste problema ao longo do tempo, pois é recente e está a dominar os hábitos das nossas crianças e jovens.
Qualquer que seja a recomendação que possamos fazer, existe um fator fundamental, temos que estar disponíveis para estar com as nossas crianças e essa disponibilidade tem que ser total, pois ao contrário do que acontecia no passado, as crianças hoje não têm permissão para irem brincar para a rua sozinhas, ou realizar outras atividades com amigos da mesma idade de uma forma lúdica e livre, este facto obriga a que nós os pais tenhamos que substituir os amigos.
Recomendações para diminuir o tempo em frente a ecrãs
• Até aos 18 meses, evitar qualquer exposição a ecrãs;
• Idade entre os 18 e os 24 meses, aconselhar a visualização conjunta com os pais de programas/aplicações que tenham um elevado valor educacional;
• Em crianças com idade entre os 2 e os 5 anos, limitar o tempo de exposição a uma hora por dia e aconselhar a visualização dos programas em conjunto com os pais para que compreendam o que estão a ver.
• Limitar o tempo de exposição a ecrãs dos próprios pais;
• Criar espaços para uso de ecrãs;
• Desaconselhar a exposição ao ecrã durante as refeições e uma hora antes de irem dormir, incentivando a remoção dos dispositivos com ecrã do quarto;
• Reservar tempo para exercício físico, brincar, ler em voz alta e dormir.
Importa referir que estas recomendações não devem ser impostas, mas sim negociadas e assumidas em comum por todos os membros da família. No que diz respeito ao exercício físico, a APDF defende as atividades em família, privilegiando momentos de partilha entre a família, indo assim ao encontro de um dos nossos lemas: “Não Passes tempo em família, Vive tempo em família!”
