O dia internacional da Mulher ainda hoje tem toda a razão para ser comemorado, pois em pleno ano de 2020 no século XXI muitas mulheres sofrem só por serem mulheres.
Dia internacional da Mulher - Homenagem a uma "grande" Mulher
Antes de mais devo neste texto prestar a homenagem à minha mãe, pois ela foi uma verdadeira heroína, criou-me a mim e à minha irmã, numa altura em que era completamente normal e aceite que os homens não desempenhassem funções domésticas. A nossa casa era exemplo disso, não que o meu pai não quisesse ajudar, mas simplesmente nunca fora educado para o fazer, pois naquela altura nenhum homem o era.
Dizer que a minha mãe foi muito mais longe do que a grande maioria das mulheres poderiam ir naquela altura em Portugal. Em pleno Estado Novo, onde a tradição familiar era um dos valores mais importantes do país, onde as mulheres muitas vezes eram relegadas apenas para tarefas domésticas, algumas mulheres fizeram muito mais do que isso.
Foi nesta realidade que a minha mãe para além de educar dois filhos, responder afirmativamente perante todas as lides e responsabilidades da casa, conseguiu completar dois cursos superiores, o último dos quais, a trabalhar e a estudar ao mesmo tempo, ambas as ações feitas longe da localidade onde habitávamos, e naquela altura as distâncias e acessos não eram os mesmos que são hoje.
Este tipo de ação, infelizmente, não era muito valorizado pela sociedade portuguesa antes do 25 de abril, por vezes surgiam perguntas relativamente à demasiada importância que a minha mãe dedicava aos estudos, felizmente a vida veio dar-lhe toda a razão.
As origens dos Dia Internacional da Mulher
Este é apenas um exemplo que me é muito próximo da capacidade incrível que as mulheres têm, na capacidade de luta e sacrifício para atingirem os objetivos a que se propõem. Quando esses objetivos estão relacionados com o bem estar dos seus filhos, da sua família, ou dos seus princípios de justiça, não existe ser mais forte do que uma mulher focada.
Se fosse possível fazer uma linha do tempo dos primeiros “dias das mulheres” que surgiram no mundo, ela começaria possivelmente com a grande marcha das mulheres realizada a 26 de fevereiro de 1909, em Nova York.
Naquele dia, cerca de 15 mil mulheres marcharam nas ruas da cidade por melhores condições de trabalho, na época, as jornadas para elas poderiam chegar a 16h por dia, seis dias por semana e, muitas vezes incluíam também os domingos. Ali teria sido celebrado pela primeira vez o “Dia Nacional da Mulher” americano.
Enquanto isso, também crescia na Europa o movimento feminino nas fábricas. Em agosto de 1910, a alemã Clara Zetkin propôs em reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas a criação de uma jornada de manifestações.
Na Rússia, em 1917, milhares de mulheres foram para as ruas marchar contra a fome e a guerra, a ação delas foi o pontapé inicial para a revolução russa e também deu origem ao Dia internacional da Mulher.
Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o chamado Dia Internacional da Mulher é comemorado desde o início do século XX.
Mundo da Mulher na atualidade
Atualmente e por incrível que pareça, o mundo da Mulher não está tão seguro e justo como seria de esperar, tendo em conta que estamos no ano de 2020 em pleno século XXI. É constrangedor verificar que no terceiro país mais seguro do mundo, Portugal, um dos crimes mais praticados é o da violência doméstica, poucas são as palavras que possam adjetivar este gesto selvagem e cobarde, no entanto é real e tem que ser combatido.
A nível internacional convém alertar para todas as atrocidades que as mulheres ainda sofrem em muitos países, onde seja por religião, raça, aspetos sociais ou castas, muitas mulheres continuam a ser objetos e tratados como tal.
Não pretendemos com este artigo focar a nossa energia em aspetos negativos, mas sim focar na importância que a Mulher tem no mundo, sem ela, sem a sua dedicação, nenhum filho teria recebido o amor mais importante que existe, o amor de mãe. É neste contexto que também faço uma homenagem à minha esposa, bem como à minha ex esposa, pois elas são as mães dos meus filhos e a elas agradeço do fundo do coração terem-me tornado um homem muito mais rico e feliz.
Anabela Fonseca, minha esposa, mãe do Lourenço, mas também do Treino em Família e da Associação Portuguesa de Desporto em Família, continua a sorrir, sê exemplo para todas as mulheres que a felicidade é possível e se encontra nas coisas simples da vida.